Na semana passada, o meteoro que caiu nos Montes Urais, na Rússia, assustou muita gente. Quem é que não pensou: e se esse meteoro caísse na minha cabeça? Para ninguém perder o sono, é bom saber que, embora sejam comuns, os choques de meteoros com o planeta dificilmente causam grande estrago na Terra. Mesmo assim, deixam marcas na história da humanidade.
Desde a Antiguidade, muitos relatos de queda de meteoritos fazem parte da cultura oral de vários povos. Por exemplo, há quem acredite que a famosa pedra negra de Meca – a pedra cultuada pelos árabes antes mesmo do surgimento do islamismo – era um meteorito. O problema é que nem sempre é possível comprovar a veracidade destas histórias, mesmo quando elas têm origem em crenças religiosas.
Como será que as pessoas do passado explicavam a queda de meteoros? A explicação científica para o fenômeno só veio no século 18 (Foto: Navicore / Wikimedia Commons) |
Muito
tempo depois, no século 18, foi a vez de as tais grandes chuvas de
pedras cairem na Itália e na França. Em 1790, foram recolhidos cerca de
300 pedaços de meteorito em Barbotan, na França. O mesmo aconteceu pouco
tempo depois em Siena, na Itália. Muitos desses fragmentos estão hoje
no Museu Nacional de História Natural, em Paris.
Agora, o que eu
acho mais interessante quando estudo sobre estes meteoros de antigamente
é imaginar o que as pessoas pensavam quando viam um meteoro caindo. O
que será que elas achavam que causava isso? Presentes dos deuses, como
algumas sociedades africanas e grupos indígenas norte-americanos?
Castigos? Mensagens? Ou associavam os meteoros a fenômenos como vulcões e
relâmpagos?
A explicação científica para a origem dos meteoros só
começou a ser elaborada depois da análise do material recolhido com as
chuvas de meteoritos na França e na Itália. Após estudá-los, o cientista
alemão Ernst Chladni (1756-1827) começou a defender a ideia de que os
meteoros vinham diretamente do espaço.
Mas
foi só em 1803 – quando a vila francesa de L’Aigle foi surpreendida por
uma chuva de milhares de pedras – que outro cientista, Jean-Baptiste
Biot (1774-1862), investigou o fenômeno e também concordou com a origem
espacial dos meteoros. A partir de então, pouco a pouco, outros
cientistas foram fazendo estudos e se convencendo de que era possível
que chovesse pedras.